Vanessa Cezarin Bertacini, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) and Erica Martinelli Munhoz, Universidade de São Paulo
Ilha Do Desterro, v. 78 n. 1 (2025)
A crítica literária feminista anglófona dos anos 1970 propõe a ideia da matrilinhagem, segundo a qual o encontro de mulheres escritoras com suas mães literárias representaria uma fonte de acolhimento que as permitiria escrever. As gerações seguintes, no entanto, questionam tal idealização das relações femininas, desvelando seus aspectos ambivalentes e menos acolhedores. Se Bachelard (2000) propõe a associação entre as figuras da mãe e da casa delineando os seus valores positivos, Massey (1994) afirma que a casa pode ser também um lugar de conflito. Neste artigo, propomos uma leitura de “Tempest Air Demons”, em M train (2015), de Patti Smith, e do poema “Wuthering Heights”([1961] 2018), de Sylvia Plath, com o objetivo de verificar como as autoras trabalham de forma não idealizada com as figuras de suas mães literárias através da figuração dos lugares (Lawrence-Zuniga, 2017) do túmulo e da casa.
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