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Sunday, August 08, 2021

Sunday, August 08, 2021 2:52 am by M. in    No comments
Scholar work in Brazil:
O reflexo social de Charlotte Brontë em Jane Eyre
Stelamaris Oberto
Caderno de Resumos do Congresso de Leitura do Brasil, [S. l.], v. 1, n. 1, 2021

Durante a Era Vitoriana houve uma ruptura na forma da representação feminina dentro do romance inglês: a mulher deixou de ser retratada, apenas pela idealização do óculo masculino, passando a ser simbolizada, também conforme a realidade palpável das mulheres da época. Dentre todas as escritoras vanguardistas e autoras de eminentes obras do romance-protesto feminino, a Era Vitoriana tonou-se prenha de fenômenos marcantes. Jane Austen, apesar de seu retraimento literário, não era indiferente aos problemas sociais de sua época, principalmente em relação ao papel feminino dentro da sociedade. Após Jane Austen outras escritoras de cunho mais feminista empreenderam fecundas jornadas contra o didatismo vitoriano. George Eliot usou um pseudônimo masculino para que seus trabalhos fossem valorizados, escrevendo romances importantes como Adam Bede (1859), O moinho à beira do rio (1860), Silas Marner: o tecelão de Raveloe (1861), e Middlemarch: uma análise significativa da vida provinciana (1871). George Eliot debatia sobre gênero, moralidade e configurações familiares característicos da sociedade vitoriana. Elizabeth Gaskell escreveu sobre o contraste entre os muito pobres e a classe mais alta, mas principalmente sobre o retrato feminino de forma genuína dentro desses estamentos sociais. Mas dentre todas as romancistas profícuas do período, Charlotte Brontë, tornou-se a mais agressiva combatente da rigidez moral e social de sua época, foi uma intérprete visionária da condição feminina. Assim, neste trabalho, apresentamos a similaridades entre ficção e a realidade no romance Jane Eyre, sendo este o reflexo social de Charlotte Bronte. Muitos trabalhos já analisaram Jane Eyre sob muitas perspectivas, dentre as quais, o estudo e a investigação sobre as figuras errantes dentro da narrativa, a dramaticidade, a subjetividade e a sacralidade, que permeia a escrita, mas, nosso objetivo é apresentar, principalmente, os traços autobiográficos tão latentes verificados na obra. Nela, a autora viveu a órfã protagonista, compondo duas vidas, duas sinopses e uma concepção de vida única. Uma autora protagonista que adicionou uma porção de realidade de sua própria vida, condensando-a num clássico imortal. Assim como Jane Eyre, a protagonista criada por ela mesma, Charlotte ansiava pela vida, queria ir além, saltar as cercas sociais. E assim como sua personagem, que tão cedo teve de lidar com o silêncio sombrio da morte e o ar selvagem da solidão, também ela aprendeu a contornar as tramas do destino, para experimentar aquilo que idealizava.

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